Veja o relatório na íntegra aqui: https://www.cepea.esalq.usp.br/upload/kceditor/files/CNA-PIB-do-Agro-08jun2020_site%20CNA.pdf
Para a bovinocultura de corte, espera-se crescimento de 12,79% do faturamento anual, como resposta ao avanço de 23,73% dos preços na comparação entre o primeiro trimestre de 2020 e o mesmo período de 2019. Para a produção, por sua vez, se projeta queda de 8,84% em relação ao ano passado. Os preços do boi gordo apresentaram crescimento ao longo do trimestre, após queda em janeiro, e os patamares permaneceram consideravelmente acima dos experimentados no mesmo período de 2019. Isso pode ser atribuído à: (i) forte elevação de preços ao longo do ano passado, em virtude do crescimento contundente da demanda respondente à PSA; (ii) persistente baixa oferta de animais para abate, devido ao crescente abate de fêmeas em anos recentes; e (iii) manutenção da demanda internacional. Para a avicultura de corte, projeta-se crescimento de 8,07% do faturamento anual. Os preços de aves, na comparação entre períodos, avançaram 3,35%, enquanto a produção deverá crescer 4,57% em 2020. De acordo com a equipe Frango/Cepea, especificamente em março, o mercado de frangos registrou fortes demandas externas e domésticas pela carne frente à pandemia da Covid-19, o que favoreceu o aumento dos preços ao produtor. Além desse fator, o aumento dos preços do milho e do farelo de soja fez com que os avicultores reajustassem as cotações do frango vivo. Dentre as atividades do segmento primário da pecuária, a suinocultura de corte é a que registra o maior crescimento esperado para o faturamento anual da atividade (50,07%). Tal expectativa deve-se ao aumento considerável dos preços no acumulado do ano (39,45%), na comparação com o mesmo período de 2019, além do aumento da produção esperada para 2020 (7,61%). A carne suína foi fortemente beneficiada pelo aumento expressivo da demanda internacional, em especial, dos países assolados pela PSA. Dessa forma, o comportamento inercial dos preços faz com que os patamares observados estejam bem acima daqueles registrados no mesmo período de 2019, em todos os elos da cadeia. Todavia, conforme a equipe Suíno/Cepea, o acompanhamento mensal da atividade tem registrado redução da liquidez no setor, o que se deve à redução da demanda doméstica em 2020. A produção de leite é a única atividade cujo faturamento anual esperado apresenta queda (-8,55%), especialmente em virtude do recuo dos preços (-9,91%) na comparação 12,79 8,07 -8,55 27,94 50,07 23,73 3,35 -9,91 23,10 39,45 -8,84 4,57 1,50 3,93 7,61 -15 -5 5 15 25 35 45 55 Boi gordo para corte Frango/galinha para corte Leite Ovos Suíno para corte % Valor Preço Quantidade entre períodos. Apesar de estarem em patamares abaixo dos observados no mesmo período do ano passado, os preços do leite apresentaram crescimento contínuo ao longo do primeiro trimestre desse ano. A sustentação dos preços ao produtor, conforme equipe Leite/Cepea, se deveu à disputa das indústrias para assegurar a compra do leite no campo, haja vista a sua baixa oferta. A menor disponibilidade de leite, por sua vez, esteve atrelada às instabilidades climáticas e às variações nos regimes de chuvas, como a prolongada estiagem presenciada na região Sul do País, que reduziu a disponibilidade de pastagens e causou estresse calórico nas vacas leiteiras.